Como desenvolver o caráter cristão vivendo em um mundo anticristão?


 Texto bíblico: Gálatas 4.19

 Pontuarei no decorrer desse post, 06 tópicos indispensáveis e fundamentais ao crente em Jesus, face ao contínuo e necessário crescimento e amadurecimento do caráter cristão pós regeneração(nascimento espiritual) por ocasião da conversão; Farei também, uma breve definição dos termos caráter e mundo anti-cristão e por fim, algumas considerações e objetivos relevantes, no dado contexto dos dias atuais. Vem comigo!

Entende-se por caráter, um conjunto de qualidades boas ou más que diferenciam indivíduos uns dos outros, caráter é ainda, uma marca ou um traço distintivo do modo de ser individual ou coletivo.

No caso do caráter cristão, a tradução do termo em si é sugestiva, uma vez que sua junção pré-define Cristo, ou seja, são as qualidades comunicáveis da pessoa de Cristo desenvolvendo-se na pessoa do cristão por intermédio do Espírito Santo, de modo gradativo. Pv.4.18; Gl.4.19; 5.22 Exemplos: Amor, fidelidade, felicidade, justiça, mansidão, paciência, bondade, misericórdia, prudência, humildade, obediência, sinceridade, pacífico etc...

Quanto a definição de mundo anti-cristão(não obstante o próprio ego pecador), é a era ou sistema contemporâneo e atual, de ações influenciadoras e de natureza nociva, hostil, destrutiva e demoníaca, cujo "príncipe endeusado" é o próprio satanás, portanto, tal mundo é absolutamente contrário a tudo que se refere a Deus. Vejamos as referências afirmados pelo próprio Jesus e pelos apóstolos: Mt.4.8,9(seu poderio apesar de limitado); II Co.4.4(sua cegueira mental lançada no intelecto dos homens); Jo.14.30(tal entidade não tem parte com Cristo); Jo.15.18,19,20;Cl.1.13(tal mundo odeia e persegue Cristo e a sua igreja, visto que esta foi tirada do mundo e não é deste); Jo.16.11(tal príncipe já está julgado); I Jo.5.19(o mundo infelizmente está nele); Rm.12.2; I Jo.2.15,16(os cristãos são proibidos de conforma-se com o mundo e de o amar, visto que a soberba da vida e os desejos desenfreados da carne e dos olhos atuam em tal sistema); Tg.4.4(manter amizade e "simpatia" com tal mundo, resulta em inimizade contra Deus).

Vejamos:

1- Testemunho cristão 

Os discípulos foram comparados ao "sal" da terra(conservar, influenciar e intensificar sabor) e a "luz" do mundo(iluminar em meio as trevas), tais figuras de linguagens proferidas por Jesus, visava destacar o distintivo papel do discipulado cristão(perceptível, influente e eficaz), no contexto de um mundo anti-cristão.

É dito ainda com respeito ao sal, que se este for insípido perde sua pureza e torna-se ineficaz, ou seja, não gera os resultados esperados com eficiência, visto que na sua essência(composição física), tem outro elemento misturado, comprometendo sua pureza e eficácia. Mt.5.13; Lc.14.34,35

Observe que nem toda mistura gera resultado positivo, sejamos sóbrios na construção e manutenção de nossos relacionamentos interpessoais(físicos e virtuais), pode-se está junto, sem contudo está misturado. Pense nisso!

Com relação a luz, Jesus aludiu-a a uma cidade edificada no monte(não se pode escondê-la), reafirmou ainda, a luz aludida a uma candeia cujo costume "estratégico" da época era colocá-lo em cima(no velador) e não embaixo(no alqueire).

De igual modo o brilho do caráter cristão não deve ser omitido, ofuscado, reduzido ou inferiorizado, mas perceptível e ampliado no mundo(a todos que estão na casa), assim resplandeça a vossa luz diante dos homens. Mt.5.14-16    

Faço a seguinte consideração aos nossos dias; Tal testemunho deve ser mantido e expandido para além das práticas realizadas na igreja, nos cultos, no altar, no púlpito e no uso do microfone para orar, louvar, ensinar e pregar, uma vez que a sua abrangência enfática é o mundo, conforme dito por Jesus.

Torna-se então, inadequado e até desconfortável para o cristão em sua sã consciência, intentar expressar ou "improvisar" ainda que circunstancial, um caráter "convencional e adaptável", dúbio e desassociado da fé, em razão da convivência nos ambientes seculares, afim de não ser ignorado pelo todo(familiar, amigável, educacional, profissional etc...); Visto que a cultura que circunda e entremeia tais ambientes, desconstrói e descredibiliza o próprio testemunho cristão ora já publicado, uma vez que não coaduna, não simpatiza e não comunga com tal fé. 

Conclui-se portanto, que independente dessa real convivência secular e pós-moderna, o cristão precisa imparcialmente se posicionar, se pautar e se portar como convém ao santos, afim de fazer jus a sua própria identidade cristã. Ef.4.1-3; I Pd.2.12

2- Renúncia

Segundo o dicionário bíblico, significa deixar para trás(abandonar interesses próprios).

Mas se já sou crente e recebi o caráter cristão após minha conversão, porque ainda devo renunciar, ou melhor, deixar para trás tais interesses outrora praticados? Vamos lá.

R- Porque o caráter cristão apesar de gerado no ato da regeneração no humano(nascimento espiritual), por ocasião de sua conversão motivada em especial pelo Espírito(convencimento glorificável da obra salvífica e vicária de Jesus), prossegue para além desta, atuando intrinsecamente em todas as áreas de sua convivência social, tal caráter no entanto, embora ainda recém presente, não é percebido no mesmo tempo de atuação da regeneração, uma vez que esta ocorre de imediato, a exemplo o ladrão arrependido na cruz ladeado a Jesus, tivesse ele oportunidade de vida física, certamente o teria expressado e materializado, embora não exatamente no dado momento de sua conversão mas sim no decorrer de sua convivência prática no seio social. Lc.23.42,43

A renúncia é um requisito condicional(se), esperado já no início e na continuidade do discipulado cristão; Com vista nesse termo específico e alusivo a temática do livre arbítrio(capacidade de escolha), Jesus foi enfático ao pregar para os seus discípulos sobre a necessidade de auto-negação, ou seja, negar os próprios interesses e vontades do ego. Mt.16.24; Lc.9.23;14.27,33 

Sem receio na fala, Jesus, apesar de sua amorosidade indiscutível, pregava e ensinava mensagens que contrariavam e confrontavam interesses e motivações pessoais do seu público e até mesmo de seus seguidores.  

Os cristãos dos primeiros séculos também foram exortados a prática contínua de tal renúncia, em vista da impiedade e dos desejos desenfreados e mundanos, a fim de que vivessem com sobriedade(prudência, sensatez), justiça e piedade. Tt.2.12

A igreja cristã em Laodiceia, foi seriamente advertida e repreendida, visto negligenciar a prática da renúncia, se renderam e aceitaram conformadamente e confortavelmente as influências materialistas e avarentas do seu convívio social, culminando no terrível egocentrismo, ou seja, na falsa e infundada sensação de "total independência de Deus"(rico sou e de nada tenho falta), tal igreja foi corretamente disciplinada e instruída pelo seu Senhor amoroso, a fim de voltar aos "trilhos" da fé, cuja vida cristã outrora fora praticada e conduzida. Ap.3.17-19

3- Sacrifício

Não no contexto do V.T, visto que ali a vitima era animal(sombra do N.T), mas no contexto da nova aliança, uma vez que a vitima foi o próprio filho de Deus(o cordeiro). Jo.1.29

São várias as referências desse assunto, citarei algumas apenas.

Começando pelo sacrifício de Cristo, cujo martírio foi por meio da cruz, não por acaso Ele próprio pregar no imperativo o "tomar a cruz" e segui-lo, é evidente que o uso de tal termo transmiti-nos em seu sentido geral, a ideia de sacrifício e até mesmo de morte, haja vista no evangelho o discípulo ser ensinado por exemplo, a perder para ganhar, segundo Jesus, quem encontrar a vida perdê-la-á, mas quem perder a vida por amor a Ele achá-la-á! Isso é paradoxal a lógica humana. Mt.10.38,39;16.24

Em outra referência, no culto de louvor e adoração racional, os cristãos são convocados a apresentar para Deus os seus próprios corpos como sacrifício vivo, santo(separado) e agradável. Rm.12.1; II Co.5.15

Nas cartas apostólicas com destaque aos escritos de Paulo, o contexto da cruz é reafirmado com bastante ênfase, tanto em sentido espiritual como literal, aos Gálatas por exemplo, o apóstolo fez uma profunda e auto-declaração de fé típica do cristianismo praticado, visto está estritamente crucificado com o seu mestre(Cristo), a tal ponto da sua vida ora vivida, já não ser mais sua e sim de Cristo, uma vez que Este passou a viver em seu viver! Gl.2.20;6.12,14,17.

Aos cristãos em Roma e Filipos, Paulo os estimula e os encoraja a partir da prática do seu próprio testemunho(o viver é Cristo e o morrer é lucro), na vida ou na morte Cristo é inseparável! Rm.8.38;14.8; Fp 1.20,21   

Os ensinos e aplicações práticas decorrente da cruz, é realmente muito amplo na composição literária do N.T(sacrifício e morte física e simbólica), o batismo em água por exemplo, é em si uma simbologia pública do que já ocorreu na vida interior do discipulado(a água é o "mundo", a imersão a "morte" e o ressurgir desta é a "nova vida com Cristo"). At.8.36-38

Por fim, segue ainda uma síntese aos irmãos em Colossos, ali Paulo enfatiza o morrer se referindo a morte deles na morte de Jesus, visto que esta morte foi o castigo(juízo de Deus) pelos seus próprios pecados ora quitados no emblemático e maior símbolo do cristianismo(a cruz).

No aspecto da santificação(processo contínuo), em oposição ao pecado, o apóstolo usa o termo mortos(mortificar ou fazer morrer), no sentido de se manter esforço sacrificial frente a velha natureza pecaminosa, arraigada no próprio ego. Rm.6.1-4; Cl.3.5

4- Viver em Espírito

Tal tópico é indiscutível quanto a integridade e plenitude da vida cristã, posto que sem a presença do Espírito Santo é impossível haver formação, desenvolvimento e amadurecimento do caráter cristão, visto ser Este o responsável pela produção frutífera de tal caráter. Gl.5.22

Diante da realidade do pecado e a necessidade de santificação, os cristãos uma vez quebrantados, rendidos e entregues a ação do Espírito Santo, são identificados como discípulos de Cristo por crucificarem a carne com as suas paixões, afim de viver sob o comando de tal Espírito e evitar o cumprimento e as manifestações das obras da carne.

Com vista nessa oposição interna, conflitante e desafiadora ao discipulado, cuja natureza humana proveniente do velho Adão, é incompatível e antagônica a natureza do Espírito Santo e do caráter de Cristo ora produzido por Este, a única via de progresso então, para que haja desenvolvimento e amadurecimento de tal caráter, é viver e andar em Espírito e ainda ser guiado por Este! Gl.5.16-18,24,25

Vejamos outra breve referência ainda nas cartas de Paulo, cujo exemplo utilizado por este foi a conduta desenfreada dos incrédulos, a fim de instruir corretamente os irmãos em Roma, baseado nos fatos comuns de sua época.     

O andar na carne se opõe tragicamente para além da vida cristã, uma vez que também tem implicações diretas e até irreversíveis no público não evangélico:

1- Resulta em morte(física,espiritual e eterna). Rm.8.6

2- Resulta em inimizade contra Deus. Rm.8.7

3- Resulta em impedimento para agradar a Deus. Rm.8.8

5- Viver em oração

Sem se estender nesse amplo assunto, citarei um breve comentário referenciado, a fim de avançarmos para o próximo e último tópico.

Orar é muito mais do que falar com Deus, sua prática envolve e contribui para a manutenção e o desenvolvimento de todo um conjunto de intenções, gestos, sentimentos, atitudes, características e expressões típicas do discipulado cristão(confissão, intercessão, humildade, gratidão, dependência, prudência, paciência, comunhão e intimidade etc...).

Diz algumas frases de autoria desconhecida: 

1- "Tudo só começa bem, quando se começa com oração"! 

2- "Muita oração muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração nenhum poder"! 

Poderíamos expandir o sentido e aplicação da frase(Muita oração muita gratidão, pouca oração pouca gratidão, nenhuma oração nenhuma gratidão e muita murmuração! Muita oração muita dependência, pouca oração pouca dependência, nenhuma oração nenhuma dependência e muita insubmissão!).          

Jesus foi a maior inspiração para os seus discípulos, visto que sua vida e seu ministério não se limitavam aos seus ensinos e pregações, mas se pautavam pela prática da oração, razão pela qual foi requisitado a ministrar tal ensino para os seus discípulos(seguidores). Mt.14.23;26.36; Lc.11.1-4

Estes, mediante um pedido coletivo(Senhor ensina-nos a orar), reconheceram suas carências na disciplina de tal exercício espiritual, bem como suas necessidades de aprendizado(crescimento).  

Paulo estimulou e pediu aos irmãos que perseverassem na oração e que também apresentassem por ocasião desta, necessidades espirituais no âmbito ministerial. Rm.12.12; Cl.4.2,3

A igreja primitiva por sua vez, não abriu mão desse recurso espiritual, mesmo com a recente partida de Jesus ao céu, permaneceram unidos no propósito da oração. At.1.14

Emfim, era esse o contexto da igreja cristã dos primeiros séculos, perseverança irrestrita e inegociável aos princípios básicos da fé cristã(palavra, comunhão e oração). At.2.42

Que tomemos para os nossos dias, tal exemplo de perseverança, afim de que haja manutenção, equilíbrio e coerência cristã nos princípios da fé um dia vivido, uma vez que essa tríplice doutrinária(palavra, comunhão e oração) é uma junção inseparável e essencial ao crescimento e amadurecimento salutar da igreja cristã local/universal.

6- Leitura e prática da palavra

Por fim chegamos ao último tópico coincidentemente em apocalipse!

O apóstolo João escreveu: Bem aventurado aquele que lê, os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisa que nela estão escritas, porque o tempo está próximo. Ap.1.3

Atentando com diligência textual, vejamos acima os requisitos dessa bem aventurança: Lê, Ouvir e Guardar.

Prosseguindo nessa referência de bem aventurança, o livro Salmos "capítulo 1", também expõe em seu prefácio um relato bem semelhante.

O varão bem aventurado é aquele que além sensato e santo, tem apreciação contínua nos escritos de Deus: Prazer, leitura e meditação na palavra.

O resultado prático e benéfico para tal perfil cristão, é a produtividade e a frutificação saudável, visto ser comparado a uma árvore frutífera e frondosa.

No mesmo livro temos ainda outras expressões de um perfil de varão bem aventurado:

Aquele que anda na palavra. Sl. 119.1; Aquele que observa a palavra afim de purificar o seu caminho. Sl. 119.8,9; Aquele que esconde(guarda) a palavra afim de não pecar contra Deus. Sl.119.11

Aquele que alegra-se com a palavra. Sl.119.16

Como é benéfico e edificante a leitura da palavra, ainda mais quando se respeita sua exegese, ou seja, sua interpretação própria ao invés de uma interpretação imposta(eisegese).

O contexto do Eunuco pode exemplificar esse assunto, visto que estava lendo a palavra porém ainda não estava entendendo, e só pôde entender e compreender corretamente, pelo método de interpretação aplicado por Filipe, quando este por sua vez, subiu em sua carruagem e o ensinou. At.8.28-35

Observamos acima, a importância não somente da leitura, mas também da correta compreensão, visto que embora a leitura do Eunuco estivesse acontecendo, sua compreensão até então, não estava funcionando!

Contudo, enquanto Filipe o ensinava, ele atentamente o ouvia(o crê vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus). Rm.10.16,17 

Nesse sentido o apóstolo Tiago é preciso e prático, como é conhecido nos seus escritos gerais.

"Todo homem esteja pronto para ouvir". Tg.1.19

Independente de quaisquer áreas da vida(familiar, amigável, educacional, profissional, religiosa), devemos manter nossa audição aguçada e atenciosa.

Não conheço a autoria dessa essência frasal: "Quem não senta para ouvir, não está apto a se levantar para ensinar".

Tal frase tem total coerência e aplicação, visto que se não tivermos auto-reconhecimento(humildade), sobre a necessidade de crescimento e amadurecimento para a partir do ouvir, ser possível também entender, compreender e aprender, como estaremos aptos para ensinar? Ou como estaremos aptos para liderar?

E se porventura ignorarmos e negligenciarmos tal humildade no saber cristão, "fazendo de conta" que isso não é importante para a formação do nosso caráter cristão, como haverá crescimento e amadurecimento em tal caráter?

Jesus estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum sobre o pão da vida, na ocasião Ele se auto-intitulou comparando-se a tal elemento, no contexto tinha muita gente o "seguindo", mas estes por sua vez com interesses divididos entre si, ou seja, divergentes da verdadeira razão e motivação do discipulado cristão.

Após o ensino, muitos desses "discípulos" ouvindo tais palavras, fizeram uso descabido de ignorância e negligencia do aprendizado ora proposto por seu mestre, uma vez que suas reações foram de rejeição e abandono! Jo.6.22-69

Esses discípulos desistentes eram na verdade "seguidores de conveniência", ou seja, o seguiam por motivações equivocadas e enquanto suas demandas físicas lhes eram supridas; Diferente daqueles que mesmo em liberdade de escolha proclamada quanto ao retrocesso, declararam, apesar de suas falhas, permanência ao seu mestre, posto o ouvirem e guardarem suas palavras, e palavras estas de vida eterna!

A parábola do bom samaritano, com seu clássico ensino de amor ao próximo, também tem um conteúdo exortativo na composição deste tópico. 

Visto que entre os personagens narrados(o sacerdote e o levita), diferente do samaritano, não praticaram a devida atitude amorosa para com o próximo, cuja sobrevivência estava por um fio! Lc 10.25-37

Apesar do exercício ativo na leitura, na audição da lei e no conhecimento advindo desta, faltava-lhes a prática(atitude), ou melhor, o cumprimento coerente e correspondente com o mandamento da lei que estes mesmos "guardavam"(amar a Deus e ao próximo). Mt.22.37-39; Tg.2.9-10

Nesse sentido, o apóstolo Tiago mas uma vez é direto(sede cumpridores da palavra e não somente ouvinte)Tg.1.22,23

No contexto de nossos dias, reflito sobre algumas questões pertinentes:

1- Quais tem sido as motivações pela busca do conhecimento da palavra de Deus? 

2- Quais tem sido as motivações pelo ensino da palavra de Deus?

3- O ensino e aprendizado da palavra de Deus, adquirido nos centros acadêmicos e nos templos(EB), tem sido aplicado fora destes?

4- O conhecimento da palavra de Deus tem influenciado nossas atitudes para com o próximo?

Por fim, menciono os dois fundamentos, conforme ensinado por Jesus, sobre a importância da audição e da prática da palavra. Mt.724-27

A comparação em si é de fácil compreensão, todavia sua prática não é de tão fácil aplicação.

Os personagens e elementos são propositadamente controversos(o homem prudente e o homem insensato, a rocha e a areia), prudência fala da capacidade para discernir por meio de atitudes(corretas e adequadas), sobre pessoas, local, coisas, tempo e circunstâncias; O insensato seria o oposto, assim como os materiais comparados, a rocha fala de fundamento, firmeza e segurança, a areia fala o oposto.


Sem mais, concluo:

Ao longo do post foi possível perceber o vínculo que cada tópico apresentou em relação a temática do assunto como um todo(o desenvolvimento do caráter cristão), isso porque tais tópicos contribuem no processo de forjamento, lapidação, formação, desenvolvimento e amadurecimento do caráter cristão.

Apesar de sabermos que o agente essencial e responsável maior pela realização cabal de tal atividade na vida do cristão é o Espírito Santo, conforme destacado no tópico 4(viver em Espírito), não devemos ignorar que Sua atuação nos assiste e estimula a termos participação ativa, envolvente e significativa em todos os tópicos ora pontuados(no testemunho cristão, na renúncia, no sacrifício, na oração e na palavra de Deus), uma vez que seus propósitos dentre outros, é glorificar Cristo na integridade e totalidade de nossa vida cristã. 

Por falar de responsabilidade, não devemos omitir nem procrastinar nossa participação voluntária(entrega consciente), uma vez que tal conduta desprovida de iniciativa resulta em paralisação ou estagnação, tanto no saber cristão, como no processo de formação do seu caráter. Hb.5.12      

No tópico 5 pontuei já no final o que nomeei de tríplice doutrinária(palavra, oração e comunhão), e mencionei a necessidade de aplicarmos para os nossos dias, o exemplo da igreja cristã dos primeiros séculos, afim de sermos influenciados e motivados na manutenção, equilíbrio e coerência cristã de tais doutrinas, as quais devem ser buscadas em linhas paralelas, afim de não acarretar desequilíbrio e incoerência, entre outras coisas.

Pois se apenas existir buscas isoladas, por exemplo, a priorização na leitura/conhecimento da palavra sem a ponderação necessária à prática da oração, tal postura não deixará de resultar em "crescimento" no âmbito do saber cristão, porém ocorrerá de forma desequilibrada e incoerente, e resultará em mero "intelectualismo".  

De igual modo, a priorização da oração sem a ponderação necessária acerca da leitura da palavra, não podemos afirmar que em tal postura não haverá "crescimento" na comunhão com Deus, porém também ocorrerá igualmente a condição acima citada, no risco de se "espiritualizar" as coisas ao extremo, inclusive a própria responsabilidade do saber cristão(leitura/conhecimento da palavra), sob o pretexto de espiritualidade desprovida de quaisquer responsabilidade.

Ambas as priorizações acima, também refletem na comunhão fraterna, visto ser um desequilíbrio e uma incoerência, alguém ser balizado no saber cristão(conhecimento da palavra), mas não amar ou aborrecer os seus pares, o mesmo também se aplica aos cristãos de oração, chamados de "espirituais".

Não se trata portanto, de inferiorizar e defender uma ou outra doutrina, visto que as três são importantes, podemos recorrer a Tiago novamente, a fim de compreendermos a necessidade de decência clara nesse vínculo de fé ora publicada em relação a Deus e ao próximo. 

E se o irmão ou a irmã, tiverem necessidade de vestes e alimentos cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquietai-vos e fartai-vos, e não deres as coisas que lhes são necessárias, que proveito virá daí? Tg.2.14-16

Condutas extremistas como estas, revelam não só as fraquezas, omissões, negligências e as relutâncias do ego humano, mas também a necessidade de rendição e quebrantamento deste à pessoa do Espírito Santo, a fim de que o caráter cristão seja então formado, desenvolvido e amadurecido.  

Ao intitular a temática desse post, propositalmente interrogativa, não tive quaisquer objetivos de atribuir para o humano uma competência divina(meritória e exclusiva do Espírito Santo); No entanto, também não busquei anular ou isentar o comportamento responsivo do cristão no uso do seu livre arbítrio, afim de se corresponder a tal competência!    

Quanto aos objetivos gerais, segue: 

1- Destacar a importância e a relevância do caráter de Cristo em nós

2- Incentivar e motivar o exercício do discipulado cristão 

3- Valorizar e reconhecer a importância do discipulado cristão local e mundial 

 4- Glorificar a Deus pelo conteúdo editado à luz da Sua palavra 

5- Abençoar as vidas dos amados e prezados leitores internautas.


A paz do Senhor.

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