03 características do sacrifício de Jesus


Texto bíblico: Hebreus 10.12,14


A carta aos Hebreus é a surpreendente revelação espiritual do que significava todo o sistema de sacrifícios provenientes da lei na época do antigo testamento, sendo esta espiritualidade fundamentada e alicerçada pela superioridade de Jesus, bem como o seu ofício, seu sacrifício, sua perfeição e sua eternidade, é sobre estas características que vou comentar logo após o parágrafo a seguir.

O espírito Santo inspirou o autor a escrever a epístola com palavras bastante conhecidas dos cristãos hebreus, visto estarem bem inteirados na lei, mas não terem a compreensão real do seu significado, havendo necessidade de tal revelação, afim de que a fé deles não mais permanecesse condicionada ao sistema legalista, precisamente ao sistema de sacrifício, mas que alcançasse e avançasse até o calvário, a cruz, o sacrifício de Jesus, o céu e a eternidade com Deus. Hebreus 1.1; 8.5; 10.1.

1º Perfeição: De acordo com o pré-requisito da lei, o animal precisava primeiro ser avaliado pelo sacerdote, antes de ser sacrificado no altar, era uma espécie de olhar detalhista, se aprovado, logo seria apresentado e oferecido a Deus em favor dos homens, ali estava impresso uma das exigências da lei. Levítico 22.17-25.
É interessante citarmos algumas referências de sacrifícios que em certos sentidos alcançaram perfeição, porém nem sempre isso foi uma realidade, daí a iniciativa do próprio Deus se auto-oferecer por nós, basta ler o relato do profeta Malaquias, acerca das imperfeições dos sacrifícios oferecidos a Deus, porém não aceitos por Ele, deixando com isso, uma forte evidência das imperfeições humana.
No livro do gênesis, logo depois da queda nossos pais tentaram improvisar uma vestimenta de folhas de figueira, mas isso não deu certo, apenas por meio de um sacrifício provido pelo próprio Deus, ambos foram de fato vestidos.
No caso de Abraão, temos ali, outro contexto de sacrifício, quando ele sobe ao monte para oferecer a Deus o seu único filho Isaque, não era apenas uma prova de fé, era também uma prova da providência de Deus, que na plenitude dos tempos, iria sacrificar perfeitamente o seu único filho, e este também seria no monte.
Abel também entregou a sua oferta perfeita para ser sacrificada a Deus, como resultado, alcançou testemunho de um homem justo que agradou ao Senhor.
Com esses exemplos de sacrifícios e mais a exigência da lei, Deus estava preparando o cenário para o momento do perfeito sacrifício de Jesus, o qual nos fala até hoje, aqueles sacrifícios serviram de prenúncios até que Jesus concretizasse as promessas e finalizasse todo o sistema de sacrifícios, visto que o homem no seu estado de pecado, não conseguiria oferecer um sacrifício tão sublime e perfeito como o foi o de Jesus, primeiro que tudo que sacrificavam, era da terra, mais Jesus veio da eternidade, por mais perfeito que fosse o animal, o sacrifício deste não dava garantia plena de liberdade em definitivo, mas apenas parcial, afinal de contas, todo o sistema era apenas uma sombra do sacrifício de Jesus, este por sua vez, como um ser divino e perfeito, propôs para o homem, resultados profundamente definitivos e amplamente extensivos, tudo que o ritual da lei determinava acontecer em sua aparência, o perfeito sacrifício de Jesus garantiu todo cumprimento no aspecto espiritual, visto que era para este fim, que o sistema legalista apontava.         

2º Suficiência: Por mais perfeitos que fossem os sacrifícios, eram necessárias inúmeras repetições, em razão das constantes lembranças do pecado, não é possível contabilizar a quantidade de sacrifícios oferecidos durante o sistema da lei, sempre havia espaço para mais um, necessidade de mais um, quantas entradas no santuário portátil, quantos animais, quanto sangue derramado, não estou afirmando que tudo isso foi desnecessário, visto que tiveram seus resultados e por isso não podiam deixar de serem oferecidos, precisavam mesmo continuar sacrificando até que chegasse o tempo da substituição única e suficiente por intermédio do sacrifício de Jesus que ao se entregar, apenas uma vez, passou pelas etapas que lhe estavam propostas, foi preso, julgado, condenado, coroado, crucificado, morto, ressuscitado e elevado ao céu, a fim de abrir o acesso para o homem diante de Deus. Hebreus 9.15,24.
 Tudo foi feito apenas uma vez, sem qualquer necessidade de fazer melhor ou de fazer de novo, Ele é suficiente, portanto, seu sacrifício também é, segundo o relato bíblico, Jesus entrou em um santuário espiritual para oferecer um sacrifício espiritual, posto que os sacrifícios terreno, não possuíam suficiência em si. Hebreus 9.11,12,14,23-28.

3º Eternidade: Essa terceira característica também nos leva a continuar pensando, assim como Jesus é eterno, seu sacrifício também é eterno, todos os sacrifícios oferecidos possuíam limitação quanto ao tempo, nenhum deles conseguiram resistir a este, todos passaram, neste sentido, foram vencidos pelo tempo, posto serem temporais, transitórios e finitos, não afirmo que eles foram inválidos por sua transitoriedade, mas a verdade é que todos foram condicionados ao tempo.
Contudo, o sacrifício de Jesus, não ficou limitado ao tempo (aquele dia, aquela tarde, aqueles instantes), uma vez que além de está na memória e na lembrança da humanidade, tal sacrifício está na eternidade de Deus, portanto, não está condicionado ao tempo sucessivo de anos, meses, semanas, horas, minutos e segundos.
A eternidade prevalece em todos os aspectos do tempo (passado, presente e futuro), ela não tem início e nem fim, o sacrifício ainda não estava concluído, mas por ser eterno e não está submisso ao tempo presente, foi capaz de perdoar aquele malfeitor arrependido crucificado do lado de Jesus, e garantir antecipadamente o encontro de ambos no paraíso eterno.
Na verdade os olhos daqueles que presenciaram o sacrifício, apenas conseguiam vê o ambiente físico que em si, foi profundamente impactado pelas manifestações sobrenaturais de Deus usando os elementos naturais, mas além dessas manifestações visíveis, o escritor aos Hebreus afirma que no âmbito espiritual, ocorreram ações impossíveis de serem vistas na ótica humana, a entrada de Jesus como sumo sacerdote no santuário espiritual, para se apresentar diante de Deus, interceder pela humanidade, assumir as suas transgressões e sacrificar a sua própria vida com um sacrifício eterno. Hebreus 9.11,14,15,24.

Conclusão
O sacrifício de Jesus é como o seu próprio ser, perfeito, suficiente e eterno, não desmerecendo o sistema da lei, visto que este cumpriu o seu papel, servindo de sombra para conduzir o povo até Cristo, este por sua vez, cumpriu tudo o que a lei previa, e mais que isso, nos reconciliou com Deus de uma vez por todas.
É importante pensar nas características deste sacrifício, bem como aceitá-lo na vida prática, o problema é que o pecado que não está tão distante de nós, costuma vir com aparência tentadora e atrativa, prometendo alegria, prazer e satisfação em seus deleites, sendo que sem perceber, ele afasta o homem dos benefícios de tal sacrifício e entorpece sua mente com sobrecargas de pensamentos extremamente mundanos, mas a lembrança da culpa exige aproximação do altar e do sacrifício, em vista de uma tão grande necessidade de ordem espiritual, por isso convém que este volte ao altar de Deus porque há um sacrifício de Deus. João 1.29, Hebreus 9.27,28, perfeito, suficiente e eterno!

A paz do Senhor.                   

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