Quando olhamos para a criação de Deus e as
invenções humanas, percebemos a presença de determinados suportes, no sentido
literal, o termo designa a idéia de ajuda,
cobertura, apoio ou ponto de equilíbrio, quando aplicado na dimensão espiritual,
quanta importância o suporte de Deus oferece para a vida e o serviço que Ele
mesmo nos confia, tomemos como exemplo a vida e o ministério de Elias, quer
dizer, a vida e o ministério que Deus confiou a Elias, o intuito aqui, é
identificarmos e entendermos a veracidade de tal assunto como um princípio
extremamente necessário para determinar as bases sólidas de uma vida e um
ministério abençoado, bem como sua continuidade e o seu cumprimento, mesmo em meio
aos momentos de complexos sentimentais, onde não existam expectativas positivas
para tal, como foi o caso de Elias quando pediu a Deus para morrer (final de
vida e final de ministério), nem toda oração terá a resposta desejada, mas toda
resposta terá uma benção necessária, Deus sabe o que é melhor, Elias não
necessitava morrer para por um fim no problema (perseguição da rainha para
aniquilar a sua existência e o seu ofício profético), mas necessitava de ânimo
e força para continuar o seu longo caminho. I Reis 19.7,8.
Deus podia levantar profeta em Samaria, (território
de Israel, nação escolhida por Deus), contudo, foi em um povoado ou aldeia por
nome Tisbe em Gileade, que Deus chamou Elias para um longo percurso geográfico,
físico, ministerial e espiritual (Tisbe, Samaria, ribeiro de Querite, Sarepta e
novamente a capital de Samaria, Betel, Gilgal e Jericó), em todos estes
lugares, contextualizamos o que diz a bíblia, I Reis 18.46; E a mão do Senhor estava sobre Elias; O
que significa isso senão for o suporte de Deus em favor da existência,
preservação da vida, continuidade e o cumprimento do exercício ministerial? Tentarei
fazer uma exposição bíblica progressiva, no final, acredito fielmente que não
eu, mas a palavra de Deus irá nos convencer acerca do conteúdo hora exposto.
1º Verso 01 – Após a chamada e a
capacitação, o exercício ministerial de Elias começa com a declaração de uma
fé monoteísta, com respeito à existência, o controle Divino sobre os elementos
naturais e a certeza de Sua presença
(o maior suporte para a vida do profeta, posto haver segurança na profecia verbalizada
por este), já ouvi alguns afirmarem que foram palavras próprias de Elias, visto
que o texto em si está confirmando isso, entendo que o homem de Deus tem
autoridade para tal, mas pense comigo agora, que autoridade este mesmo homem
teria se primeiro, Deus não estivesse na vida dele, não estivesse com ele, se
Deus não lhe confiasse poder, unção e palavras? Vejamos uma referência contextualizada
no chamado de Moisés; Êxodo 4.12; Vai,
pois agora e Eu serei com a tua boca e ti ensinarei o que hás de falar, Elias
e Moisés são passagens diferentes em si, mas se pensarmos no contexto
geral de ambas, o princípio é o mesmo (é Deus quem chama, ensina, capacita,
envia e usa o vaso para cumprir os seus objetivos), voltando para Elias, o seu
falar foi uma expressão fiel do exercício de seu ofício (profeta).
Existe outro detalhe no contexto do verso
1, Elias não começa o discurso profético evocando a sua identificação pessoal,
nem mesmo tentando provar ou explicar quando, onde, como e o porque de sua chamada,
naquela época o profeta primava o falar a palavra que o Senhor lhe confiava, claro
que hoje é muito incoerente ouvirmos um servo de Deus, sem sabermos qualquer
informação pessoal e ministerial ao seu respeito, mas que estas informações não
acabem sobrepondo os objetivos da chamada bem como a continuidade e o
cumprimento de seu exercício ministerial, fazendo o povo pasmar de admiração e
expectativas que naturalmente partem de dados exteriores (a capacitação, a
formação acadêmica e os títulos conquistados), devemos honrá-lo com toda a honra
que lhe é devida, mas precisamos saber que a sua urgente e prioritária missão
deve continuar atuando em conformidade com o mesmo princípio do ofício
profético (compromisso e responsabilidade com a exposição da palavra de Deus para
o povo).
2º Verso 02 – Deus confere para Elias,
outro suporte (Sua palavra), esta por
sua vez propunha tudo que o profeta precisava para continuar fazendo a vontade
de Deus, viver a sua vida e cumprir o seu ministério, vejamos:
3º Versos 03,04 – Ordem (vai-te daqui), direção
(vira-te para o oriente), entre outras lições, o propósito e a providência de
Deus era oferecer esconderijo e sustentação (e esconde-te junto ao ribeiro de
Querite, beberás do ribeiro e tenho ordenado aos corvos que ali de sustentem).
4º Verso 05 – Obediência (foi, pois e fez conforme a palavra do Senhor).
5º Verso 06 – Sustentação, dependência e preservação
de sua vida em diferentes períodos de tempo (os corvos lhe traziam pão e carne
pela manhã e pela noite, e bebia água do ribeiro)
6º Verso 07 – Os efeitos do cumprimento da
profecia endereçada ao rei começam a surgir (o ribeiro secou por não haver
chuva na terra).
7º Verso 8,9 – Contudo, Deus está no
controle e mais uma vez profere para Elias o Seu suporte prioritário (Sua palavra), com basicamente os mesmos
critérios anteriores (Ordem, direção, propósito
e providência), a partir da qual determina outro percurso, outro lugar e
outro meio de sustentação e preservação
de sua vida.
8º Verso 10 – Obediência, mais uma vez Elias demonstra a mesma qualidade
evidenciada no verso 05 (então ele se levantou e se foi).
9º Verso 14,16 – No uso de seu atributo
ministerial, Elias profetizou uma palavra de provisão em favor daquela pobre
viúva e o seu filho (a farinha da panela não se acabará e o azeite da botija
não faltará até o dia que o Senhor mande chuva sobre a terra), semelhante a
Elias, aquela mulher e o seu filho também foram sustentados e preservados; É
interessante como Deus prover meios para abençoar dentro de um cenário aparentemente
impossível, a mulher estava para fazer a última refeição com o seu filho e juntos
morrerem, posto não existir suprimento o suficiente, contudo, lembremos do texto: Porque para Deus nada é impossível Lucas
1.37.
Conclusão
Citarei a seguir algumas referências
bíblicas no intuito de ampliarmos o contexto geral sobre o conteúdo apresentado.
Isaías 41.10 – Não temas porque Eu Sou
contigo (o maior suporte, Sua santíssima presença), não te assombres porque Eu
Sou teu Deus (suporte com segurança), Eu te esforço (suporte com força), e te
ajudo (suporte com auxílio, cobertura), e te sustento com a destra da minha
justiça (suporte com sustentação).
Salmos 40.2,3 – Tirou-me de um lago horrível,
de um charco de lodo (observe a afirmação do salmista, literalmente falando, em um charco de lodo não existe qualquer ponto de apoio, também não possui qualquer condição que possibilite equilíbrio ou saída, a tendência óbvia é afundar até morrer, ao menos que se peça ajuda e apareça alguém em tempo hábil para o livrar, e foi isto que Deus o fez, claro que no sentido conotativo , basta ler o contexto), Pôs os meus sobre uma rocha, firmou os meus passos (observe
que após o livramento, Deus o colocou em um suporte que logo lhe proporcionou equilíbrio e firmeza).
Salmos 91.1-12 – O presente contexto
descreve várias formas de sermos beneficiados pelo suporte de Deus (esconderijo,
sombra, refúgio, fortaleza, cobrir com as penas, debaixo de suas asas, escudo, habitação),
mas o interessante é que praticamente todos esses termos estão voltados para Deus,
o que em síntese, significa que Sua presença é o centro de todas as coisas, visíveis
e invisíveis, nesse sentido Deus é o nosso ponto de apoio e equilíbrio, posto
que quando as coisas não vão bem, é Nele e somente Nele que encontramos o verdadeiro
sentido do viver e alívio para nossos dilemas.
Deuteronômio 33.27 – O Deus eterno ti seja
por habitação (o suporte de Deus não está restrito a um território geográfico e
isso não é contraditório ao relato de Elias, embora tenha cuidado dele nos
locais por onde habitou, a realidade é que Ele é a nossa verdadeira habitação, posto
que antes de Elias habitar temporariamente no ribeiro de Querite e em Sarepta,
sua primeira habitação no sentido espiritual era na presença do Senhor.
Mas voltando para a vida e o ministério de
Elias, percebemos que estes foram marcados por intensos movimentos (geográficos,
naturais e espirituais), ele fez orações fervorosas, cujas respostas vieram com
fogo e água (chuva), o contexto do capítulo 2 de II Reis também expõe
movimentos, Elias pede para o seu discípulo Eliseu não o acompanhar, afirmando-lhe
que Deus o levaria para Betel, Eliseu o inseparável e incansável o acompanhou,
assim o fez com destino para Gilgal e por último para Jericó, por fim, até
mesmo no ato de sua elevação ao céu, houve movimentos característicos dos
próprios elementos narrados (carro de fogo, cavalo de fogo e redemoinho) II
Reis 2.11.
Em Tisbe Elias foi chamado por Deus, em
Samaria profetizou para o rei Acabe e foi perseguido pela rainha, no deserto de
berseba pediu a Deus para morrer, mas não morreu, ao invés disso, dormiu, mas logo
depois foi despertado e sustentado por um anjo, no ribeiro de Querite foi
sustentado pelos corvos, em Sarepta sustentado por uma viúva e em Jericó foi
separado de Eliseu e elevado para o céu!
O suporte de Deus foi o suficiente
para Elias iniciar, continuar e concluir a sua vida terrena bem como o seu
ofício profético, e ainda desenvolver discípulo, no caso, Eliseu, mas ficaremos
por aqui.
A paz do Senhor!
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