Texto bíblico: II Crônicas 29.30.
Antes de adentrar no
assunto, é importante entender que as atribuições conferidas ao ministério do
levita, não se limitava apenas a área do louvor, posto que além de servir a
Deus como músico, ele também servia no tabernáculo e servia o povo, essa
compreensão é extremamente considerável, uma vez que propõe para o leitor a
abrangência e a relevância do assunto para todo servo do Senhor que no uso de
suas atividades, tem como objetivos principais, agradar a Deus, glorificar o
seu nome e ser um canal de benção para a edificação do seu povo. Números 3.5-8;
Vejamos então seus atributos:
1º Alegria: Segundo
o texto, os levitas louvavam com alegria, sabiam que naquele momento precisavam
ofertar o seu melhor, e isso incluía alegria, prazer e satisfação por aquilo
que faziam (louvar), oferecendo a Deus, um serviço sagrado, sem tristezas e sem
quaisquer apresentações humanas, que mais possui características de show do que
de culto, o evento na realidade era uma busca pela restauração do verdadeiro
culto onde Deus é a essência deste, portanto, suas alegrias não eram movidas
nem influenciadas por intenções meramente egoístas ou avarentas, (autopromoção,
reconhecimento, fama, ganhos financeiros ou sucesso), relacionando o texto com
o contexto de Salmos 100.1-5, o prazer deles era servir ao Senhor com alegria, não
anelavam se auto-apresentar diante do rei, dos sacerdotes ou mesmo do povo, mas
anelavam se apresentar diante de Deus na presença do rei, dos sacerdotes e do povo.
A narrativa posterior relata
a abrangência do assunto; A alegria que começou sendo vista nos levitas
louvando, no culto a Deus e naquele ambiente específico, agora é vista em larga
proporção de atuação (na congregação de Judá, nos sacerdotes, na congregação de
Israel e nos povos estrangeiros). II Crônicas 30.25,26p.a, o versículo 26 diz:
E houve grande alegria em Jerusalém, no relato de Atos 8.8, também houve grande
alegria na capital de Israel.
Ambos os contextos acima
enfatizam a irradiante presença da alegria, durante a realização do culto e por
intermédio da pregação do evangelho de poder, bem como os seus resultados
milagrosamente alcançados em um dos piores momentos da igreja; No livro de Habacuque
capítulo 3.17-19, a presença da alegria também é notada, apesar de um momento
externo cheio de dificuldades.
O mundo do profeta
Habacuque, mas precisamente o seu ambiente vivencial, estava enfrentando uma
lamentável degradação moral e espiritual, tanto a nação de Judá como as nações
pagãs (apostasia, iniquidade, violência, destruição, corrupção da lei e
injustiças).
O livro começa com o
registro de um clamor interrogatório, ele foi chamado para profetizar a
destruição dos Caldeus, mas insistentemente queria entender porque Deus
aparentemente permite calamidades e sofrimentos para o seu próprio povo e ainda
permite que o mal fique impune.
Sua intercessão revela a
expressão de uma alma que apesar de crente, sua fé foi terrivelmente confrontada
pela preocupação, aflição e dúvida gerada a partir dos fatores externos a sua
volta, contudo, a revelação de Deus para ele, expressando sua soberania, seu
propósito, seu poder e o seu controle irrestrito sob todas as coisas, o levou a
oferecer um culto com louvor e adoração, visto ser Deus, a fonte da fé e da
alegria triunfante, alegria esta que não é existe por emoções superficiais e
não se limita a situações temporais, nome significa (abraço), o comentarista da
bíblia plenitude afirma que Deus o abraçou, afinal de contas, Habacuque não era
apenas um profeta supostamente levita, mas um servo que igual aos levitas,
precisava ter atitudes de alegria, humildade e adoração ao seu Senhor, a esse
contexto, citamos como referência, Filipenses 4.4 (conhecida como a carta da
alegria), I Samuel 30.4,6; João 16.20-22, 20.11-18; Lucas 24.17,29-35;
Apocalipse 5.3-6.
2º Humilhação: Os levitas se inclinaram
diante de Deus, noutras palavras, se esvaziaram de si transparecendo pobreza
espiritual, essa foi outra atribuição louvável e digna de ser buscada, sentida
e vivida por daqueles que anelam agradar a Deus com o melhor.
Segundo o escrito do sábio
Salomão, provérbios 15.33 e 18.12, diante da honra vai a humildade, se o rei e
os maiorais honraram aqueles levitas e confiaram neles como parte importante para
a restauração do culto através do exercício do seu ofício sagrado, estes não
deviam louvar nem tocar desprovidos de humildade, nem tão pouco serem soberbos ou
altivos, posto que estas características precedem a queda, provérbios 16.18.
E por falar de queda
oriunda da arrogância, a bíblia nos informa acerca de um monarca que começou o
seu reinado com humildade, mas caiu por não permanecer humilde, depois que se
fortaleceu, prosperou e se tornou famoso, ficou altivo a ponto de exceder os
limites de sua autoridade de rei (foi visto dentro do santuário, oferecendo um
serviço sagrado que não competia a ele, mas aos sacerdotes), apesar de
reprimido em sua ação insensata e constrangido a ser expulso do santuário, se revoltou
contra os que por Deus e pela lei estavam autorizados, sua arrogância cega e insistente
precedeu a sua própria destruição.
3º Adoração: Os
levitas adoraram a Deus, pois a final de contas esse é o principal objetivo do
louvor, se o altar é uma figura conotativa da adoração, eles sabiam que os seus
louvores era o melhor sacrifício que podiam oferecer sobre o altar.
Conclusão:
Deus nos chamou para sermos
alegres, humildes e adoradores; É importante entendermos que se a alegria é
fruto do Espírito Santo, nossa vida cristã só poderá ter sentido real e existência
útil, se houver a presença de tal fruto, Salmos 9.2; 122.1; Provérbios 15.13; Romanos 12.15; Gálatas
5.22.
Também precisamos nos
esvaziar de todo sentimento e de todas as coisas que fomentem exaltação
própria, visto que um dos fatores predominantes na vida natural do ser humano
(natureza adâmica) chama-se o egocentrismo, se a vida pode ser comparada a gramática portuguesa, os pronomes pessoais e possessivos “nós e nosso” são por
vezes suplantados pelo “eu e meu”, observe que um dos maiores problemas existentes
nos relacionamentos pessoas, sociais e até mesmo religiosos (vida conjugal,
vida familiar, vida profissional e vida espiritual), ainda diz respeito ao
imperativo do eu, facilidade para fazer a vontade própria e atender as
necessidades próprias, em contra partida, dificuldade para aceitar a conviver
com a vida alheia, fazer a vontade alheia e atender as necessidades alheias. Lucas
15.11-32; 18.9-14; 22.24-26; Filipenses 2.3,5.
Contudo, devemos buscar e
viver a humildade como uma das qualidades imprescindíveis ao caráter cristão,
mesmo sabendo que enfrentaremos conflitos interiores, não dá para esquecermos a
proposta do nosso mestre divino com respeito ao discipulado que se quiser
seguir a Ele, deve negar a si mesmo, Marcos 8.34, entendo como um desafio que
ocorre em nosso próprio ser e que cujo ponto de partida é a autonegação,
Segundo a afirmativa do pastor Aurivan, isso significa mais do que negar os
prazeres e as coisas que o mundo oferece, a ideia do texto é negar o seu
próprio eu (negar sua vida para si e confessar sua vida para Jesus).
Para finalizar, quero enfatizar
um princípio básico de verdade sobre a adoração que devemos manter e defender, é de extremo valor significativo para a fé cristã, que essa adoração seja monoteísta,
esse é um grande diferencial no culto oferecido a Deus e só a Ele apenas, visto
estarmos inseridos em um contexto social e mundial, com fortes influências contraditórias,
propagadas por seitas e religiões cuja adoração existe de forma pluralizada, alguns exemplos, (hinduísmo, panteísmo), e correntes doutrinárias e filosóficas
puramente humanas e diabólicas (relativismo, ateísmo, liberalismo, ceticismo
etc.), Isaías 42.8.
A paz do Senhor.
Benção de Deus
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