A harmonia entre a justiça e o amor de Deus

Texto bíblico: I João 4.8,9


O justiça e o amor são dois atributos divinos que embora pareça-nos contrários em suas ações, atua em perfeita harmonia, uma das razões para a nossa dificuldade na compreensão dessa verdade se dá pelo fato de na maioria das vezes buscamos Deus apenas pelo seu lado AMOROSO e BONDOSO, sem considerar que este mesmo Deus que é AMOR e que é BOM, também é SANTO e JUSTO, contudo, sua justiça não anula e nem mesmo contradiz o seu incomensurável AMOR, leiamos Romanos 6.23, aqui temos duas expressões conjuntas que caracterizam nitidamente a presença de tais atributos, primeiro a JUSTIÇA (Porque o salário do pecado é a morte), segundo o AMOR (mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Jesus Cristo), veremos abaixo uma exposição bíblica mais detalhada sobre o assunto.

Desde o princípio da criação Deus se revelou com estes atributos, foi assim com Adão e Eva por ocasião do livre arbítrio, visto que este deveria permanecer acompanhado de responsabilidade pessoal mediante o que Deus lhes falara, mas vemos que após a queda, Deus os vestiu com túnicas de pele de animal, o que evidenciou o seu AMOR, por esta razão não estava disposto expulsar o casal do jardim sem pelo menos providenciar a vestimenta que lhes era necessária e adequada, que muito bem representava a figura futura do cordeiro sacrificado na cruz que tiraria o pecado do mundo e moralizaria a raça humana, cobrindo-a de suas vergonhas, Gênesis 3.21, João 1.29; Na continuação do episódio, para fazer valer a sua JUSTIÇA, Deus os lançou fora do jardim e colocou querubins e uma espada inflamada para proteger o acesso a árvore da vida; Deus não tem o culpado por inocente, Naum 1.3, cada um dos três indivíduos presentes na tentação e na queda humana foram inevitavelmente julgados, todavia, nenhum julgamento, por mais doloroso que fosse, poderia invalidar o seu grande AMOR pelo homem e acima de tudo pelo seu próprio nome que é SANTO para todo sempre!

No dilúvio, o gênero humano se corrompeu e Deus resolveu destruir toda a raça, aqui temos uma forte evidência de dois atributos (SANTO e JUSTO), mais adiante, vemos notadamente um Deus que mesmo irado, foi BOM e AMOROSO o suficiente para preservar a vida de um homem e de sua família, pois afinal este era a sua imagem e semelhança que apesar dos atributos comunicáveis estarem tão escassos na terra, ainda existia, Gênesis 6.1-12.

Em Sodoma e Gomora a raça humana mais uma vez decepciona o seu criador, com suas práticas pecaminosas, impenitentes e extremamente imorais, Deus resolve destruir ambas com fogo, isso fala do seu caráter JUSTO, porém antes disso Ele responde pacientemente a oração intercessora de Abraão, se tivessem naquelas cidades de 50 até no mínimo 10 justos, Ele os pouparia por amor destes, pensemos, não era apenas as vidas que seriam preservadas, mas toda a cidade (campos, bosques, jardins, florestas, animais, lavoura, fazendas, moradias, suprimentos etc.) isso fala do seu AMOR e de sua BONDADE conforme explícito no próprio texto, Gênesis 18.23-33, 19-1-28.

Em Nínive, também por questões de pecados (um dos maiores problemas da humanidade em geral, contemporânea e atual), o povo tornou-se alvo do juízo iminente que Deus havia decretado através do profeta Jonas, Ele é JUSTO, mas uma das razões pelas quais nos julga, é para nos levar ao sincero arrependimento, visto que Ele quer perdoar, foi exatamente isso que aconteceu depois que o povo ouviu a mensagem profética, se arrependeram sem exceções e sem reservas, Deus por sua vez, os perdoou! Isso porque o Deus que é JUSTO também é AMOROSO.  

Neste quinto e último ponto quero enfatizar a revelação harmônica dos atributos divinos em questão (JUSTO e AMOROSO) tomando por base o sacrifício expiatório do nosso Jesus no calvário, aqui lembro bem a terceira estrofe do hino dezoito da harpa cristã e finalizo com ela:
 
“Luz divina resplandece...
Mostra ao triste pecador...
Que na cruz estão unidos...
A JUSTIÇA e o AMOR...

A revelação de Deus para o homem foi e continua sendo a de um ser JUSTO e AMOROSO, pensando no cenário da crucificação, é sempre um momento de grande reflexão acerca da presença de tais atributos, por um lado Deus efetuou incalculavelmente o maior ato AMOROSO de todos os tempos, João 3.16, ato este marcado pela entrega, sacrifício e vida eterna, tendo como alvo o próprio homem, devendo este, crê, se arrepender, confessar e aceitar, Romanos 5.8; 10.10.

Por outro lado, o ser JUSTO de Deus também é visto julgando a maior causa humana de todos os tempos (nossos pecados), segundo as exigências da lei, para que houvesse remissão dos pecados, a vítima era necessariamente sacrificada com derramamento de sangue até a morte, Jesus também foi sacrificado e derramou todo o seu sangue até a morte, mas o detalhe é que Jesus não era mais um cordeiro, Ele era o cordeiro de Deus que após ser oferecido em substituição do homem, tomou para si todos os delitos da raça, submetendo-se as mais dolorosas penalidades decorrente de tal julgamento, portando não esqueçamos de olhar para o calvário como fonte de revelação contínua de AMOR e de JUSTIÇA de Deus, posto que para perdoar, Jesus precisou morrer e isso não foi tão simples assim, em outras palavras, o perdão custou um alto preço, preço de sangue puro e sem mácula, mas importa dizer que em Cristo nossas dívidas foram quitadas! Colossenses 2.13,14.  

A paz do Senhor.     

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